quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cotas raciais e a Casa Grande

Cotas raciais e a Casa Grande

O deputado Emiliano José (PT-BA) saiu em defesa do sistema de cotas para negros nas universidades e, para isto, caiu de pau no DEM, legenda que patrocinou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a eliminação das cotas raciais na Universidade de Brasília, o que pode abrir o precedente para derrubar a iniciativa em todo o País.

De forma irônica,, o deputado baiano apelidou os autores da iniciativa de “Casa Grande”, numa referência às sedes das fazendas durante o periodo escravagista brasileiros e classificação eternizada por Gilberto Freyre no livro Casa Grande e Senzala.

“A Casa Grande não descansa. A qualquer movimento da senzala, a Casa Grande esperneia, fica toda ouriçada, à beira de um ataque de nervos”, afirmou Emiliano, em discurso, afirmando que o pensamento conservador brasileiro encontra no DEM o seu fiel intérprete.

E, depois de elogiar o comportamento do STF, que rejeitou a ação do DEM, ele disse ter orgulho de que a Bahia tenha duas universidades que adotam vitoriosamente o sistema de cotas: a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Esta polêmica sobre as cotas só existe porque o Brasil acumula centenas de anos de desigualdade social, que produziram enormes disparidades e criaram canais muito diferenciados de oportunidades de ascensão econômica, os quais precisam ser zerados para deixaram de criar mais diferenças e desigualdades.

Pode-se até discordar da forma, mas que alguma coisa precisa ser feita, disto não há dúvida.

http://politicaecidadania.atarde.com.br/?p=3580

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